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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Trabalho de Sociologia - Karl Marx


      Será avaliado: - Consistência do trabalho / O quanto foi produzido com suas próprias palavras /  Qualidade do trabalho.


 1.     Contextualize:
 Karl Marx dentro da história mostrando: sua biografia, o período histórico que estava vivendo, e como esse período influenciou em suas ideias. 

2. Exemplifique segundo relatos históricos ou historicamente a ideia de Marx de que "toda mudança histórica acontece como resultado de um conflito constante entre classes"

3. Qual era o centro do pensamento e principais ideias contidas  no "Manifesto Comunista", publicado em 1848?


4. Que diferenças podemos encontrar entre essas duas correntes (as principais), a do Socialismo Científico e a do Socialismo Utópico?


5. Marx utiliza várias críticas para com a sociedade capitalista quais as principais?


6. Quais as principais críticas relacionadas ao pensamento marxista?


7. Marx entende a religião como "ópio do povo". O que ele quis dizer e qual o motivo dele dizer isso? 


8. Depois de analisar o pensamento marxista e a visão de seus opositores, produza critica e individualmente uma produção textual, na qual você se posicione e diga se concorda ou não com esse pensamento e quais partes você concorda e quais não concorda, usando argumento válidos e historicamente comprovados.







Portal Ciência & Vida - Filosofia, História, Psicologia e Sociologia - Editora Escala.

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ESPECIAL
KARL MARX TEORIA E PRÁXIS DE UM GÊNIO DAS CIÊNCIAS 

SOCIAIS

Em um momento em que o capitalismo atinge mais uma crise, e cogita-se um sistema mais justo e igualitário, as idéias do filósofo alemão reassumem a sua aspiração prática

POR VÂNIA NOELI FERREIRA DE ASSUNÇÃO

CLASSES SOCIAIS
Trata-se de um tema extremamente relevante nas obras de Marx. Este sustentava: "a história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes" (MC, p. 93). Estas lutas são apontadas como o motor da história, pois é do conflito com as demais classes que surgem as revoluções. Na sociedade moderna, a luta de classes se resumiu a duas grandes classes sociais, a burguesia e o proletariado, pois o latifúndio já havia se tornado capitalista. Ocorreu, portanto, uma simplificação do processo, inclusive porque todos os elementos externos à dominação econômica - religião, prestígio etc. - foram eliminados.
A burguesia é a classe proprietária dos meios de produção. No processo de ascensão ao posto de classe economicamente dominante, a burguesia conquistou ao mesmo tempo o poder político. De acordo com Marx, enquanto todas as outras classes dominantes tinham como condição de existência a manutenção do antigo modo de produção, "a burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os meios de produção e, por conseguinte, as relações de produção e, com elas, todas as relações sociais" (MC, p. 96). Neste processo, assemelha-se ao aprendiz de feiticeiro que perdeu o controle sobre os poderes que conjurou e enfrenta contínuas crises decorrentes da contradição entre as forças produtivas modernas e as modernas relações sociais de propriedade. "As forças produtivas disponíveis já não mais favorecem as condições da propriedade burguesa; ao contrário, tornaram- se poderosas demais para essas condições que as entravam; e, quando superam esses entraves, desorganizam toda a sociedade, ameaçando a existência da sociedade burguesa" (MC, p. 99).
Revolução Russa, de 1917, representou a esperança de que o comunismo pudesse se espalhar pelo mundo
GRANDE INDÚSTRIA
Toda tentativa de superar tais crises representam um aprofundamento das mesmas condições que as geraram. Assim, dizia Marx, a burguesia forjou as armas com que será morta, mas não se restringiu a isto: "produziu também os homens que manejarão essas armas - o operariado moderno -, os proletários". "Na mesma proporção em que a burguesia, ou seja, o capital, se desenvolve, desenvolve-se também o proletariado, a classe dos trabalhadores modernos, que só podem viver se encontrarem trabalho, e só encontram trabalho na medida em que este aumenta o capital. Esses trabalhadores que são obrigados a venderse diariamente, são uma mercadoria, um artigo de comércio, sujeitos, portanto, às vicissitudes da concorrência, às flutuações do mercado" (MC, p. 99). Dessa forma, o proletariado é a classe social que, despojada dos meios de produção, é obrigada a vender rotineiramente sua força de trabalho para sobreviver. "De todas as classes que hoje se defrontam com a burguesia, apenas o proletariado é uma classe realmente revolucionária", dado que é o "produto mais autêntico" do desenvolvimento da grande indústria (MC, p. 103).
PODER POLÍTICO
De fato, toda classe revolucionária se enfrenta com outra não apenas enquanto classe, mas, também, como portadora e representante de interesses universais, de toda a sociedade. No esforço para instituir sua dominação, a classe revolucionária tem de apresentar seu interesse como interesse geral. Para tanto, é necessária a conquista do poder político; foi também o caso da burguesia em sua fase revolucionária: "Com efeito, cada nova classe que passa a ocupar o posto da que dominou antes dela se vê obrigada, para poder levar adiante os fins que persegue, a apresentar seu próprio interesse como o interesse comum de todos os membros da sociedade, quer dizer, expressando isto mesmo em termos ideais, a imprimir a suas idéias a forma do geral, a apresentar estas idéias como as únicas racionais e dotadas de vigência absoluta" (IA, p. 52). Não se trata, destacava, apenas de uma ilusão ou de um embuste, já que, nos primórdios, realmente seus interesses se harmonizavam com os das demais classes dominadas. Salientava, por fim, que os indivíduos só constituem uma classe quando estão em luta contra outra classe, mas, também, que a classe adquire papel substantivo em relação aos próprios indivíduos que a formam, dando-lhes limites e possibilidades. Portanto, dizia, "a classe se substantiva, por sua vez, frente aos indivíduos que a formam, de tal modo que estes se encontram já com suas condições de vida predestinadas, por assim dizer", vêem-se absorvidos pela classe num fenômeno que é a outra face da absorção dos indivíduos pela divisão do trabalho (IA, p. 61).
Desta forma, a emancipação só seria possível com o fim da propriedade privada e de todas as classes, inclusive aquela a que se pertence. Já que "uma classe oprimida é a condição vital de toda sociedade fundada no antagonismo entre classes", a "libertação da classe oprimida implica, pois, necessariamente, a criação de uma sociedade nova" (MF, p. 159). Desse modo, diz Marx, ao contrário de todas as classes que no passado conquistaram o poder e cuja primeira tarefa era consolidar a situação adquirida, submetendo a sociedade às suas condições de apropriação, "os proletários não podem apoderar-se das forças produtivas sem abolir a forma de apropriação que lhes era própria e, portanto, toda e qualquer maneira de apropriação. Nada têm de seu a salvaguardar; sua missão é destruir todas as garantias e seguranças da propriedade privada individual" (MC, p. 103).

A visão, difundida por Althusser, de que haveria uma "cesura epistemológica" nos textos de 1848 - os anteriores podem ser desprezados porque escritos pelo "jovem Marx" - faz com que se perca toda esta discussão inovadora que Marx faz da política. Também explica a noção muito difundida de que suas teorias sobre a política e o Estado são lacunares, apresentam-se apenas em germe, precisariam ser mais bem desenvolvidas. Não se compreende que a questão, para Marx, estava mais além: diz respeito à própria natureza da política. Desde 1843, portanto, Marx criticava a política por dentro, ou seja, não pretendia cobrar do Estado uma pretensa postura ainda mais política, democrática, global, mas censurava ontologicamente a própria política, suas premissas. Neste sentido, caberia, fundamentalmente, encontrar a esfera determinante do ser social, que não está no âmbito da política, mas na sociabilidade, busca a que se dedicaria desde então.
PRINCIPAIS OBRAS
Crítica da filosofia do direito de Hegel, 1843
Crítica da filosofia do direito de Hegel - Introdução, 1843
Glosas críticas marginais ao artigo "O rei da Prússia e a reforma social", 1843
Manuscritos econômico-filosóficos, 1844
Manifesto do Partido Comunista, 1848
A sagrada família (com Engels), 1845
Teses sobre Feuerbach, 1845 A ideologia alemã (com Engels), 1846
Miséria da filosofia, 1847
O 18 Brumário de Luís Bonaparte, 1852 A guerra civil na França, 1871
O Capital - Livro I, publicado em 1867; Livros II e III, publicados postumamente por Engels Grundrisse, 1857 (publicado postumamente)
Crítica à economia política 
A crítica ao capital e à sua ciência, à economia política, foi a última e a mais desenvolvida que Marx fez. Note-se que só foi possível tendo em vista as conquistas anteriores, ou seja, a recusa à especulação e a apreensão do estatuto negativo da política. Isto porque, insistia, o idealismo apresenta a realidade de forma invertida, tomando como predicado o que é sujeito e vice-versa. Na verdade, porém, para compreender o Estado é necessário estudar a anatomia da sociedade civil, e para compreendê-la é necessário inclinar-se até a economia política.
Libertação da Classe Laboriosa
Para o filósofo alemão, "a condição de libertação da classe laboriosa é a abolição de toda classe" (MF, p. 160). Desta forma, os trabalhadores, no curso do desenvolvimento, destruirão as classes e seus antagonismos e concentrará toda a produção pelos indivíduos livremente associados; aí "não haverá mais poder político propriamente dito, já que o poder político é o resumo oficial do antagonismo na sociedade civil", "é o poder organizado de uma classe para a opressão de outra". Assim, "em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos de classes, surge uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos" (MC, p. 113).
Marx trabalhava com as categorias econômicas no plano filosófico, discutindo-as como categorias de produção e reprodução da vida humana. "As premissas de que partimos", dizia, "não têm nada de arbitrário, não são nenhuma espécie de dogmas, mas premissas reais". Estes pressupostos "são os indivíduos reais, sua ação e suas condições materiais de vida" (IA, p. 19). Para Marx, a história humana só é possível se os homens estiverem vivos. O primeiro fato histórico é a produção dos meios indispensáveis à sobrevivência.
Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria vida material. Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar. A todo modo de produção corresponde um modo de cooperação. Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da produção e do intercâmbio.
A produção da vida é uma relação dupla, com a sociedade e com a natureza. Com esta visão, Marx rompe com a percepção excludente de natureza e sociedade. A natureza fornece os pressupostos que a sociabilidade modifica constantemente, ampliando o domínio social e estreitando os limites da natureza. Esta, assim, é necessária, mas não determinante: esta determinação fica no plano social. Neste plano a atividade humana sensível é que faz a diferença. Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, num infinito processo de autoconstrução. Dessa forma, a atividade humana - o trabalho, mediação da sua relação com a natureza - é determinante. Marx mostra como, no capitalismo, a realização do trabalho é a desrealização do trabalhador, a efetivação de um produto é sua desefetivação, sua perda, sua servidão em relação ao objeto. O trabalhador empobrece quanto mais riqueza produz. Para ele, o momento central da divisão do trabalho ocorre com a separação entre trabalho físico e trabalho intelectual. Desta maneira, força produtiva, sociedade e consciência podem e entram em contradição entre si porque, com a divisão do trabalho, "as atividades espirituais e materiais, o desfrute e o trabalho, a produção e o consumo" podem ser atribuídos a diferentes indivíduos (IA, p. 33). O trabalho é a essência do homem, mas revela no capitalismo sua atividade desefetivadora do trabalhador, que acaba se tornando extensão da propriedade privada.